21 outubro 2012

PRATO VAZIO

“Politicamente correto é tanto quanto, incorreto. Confusões sobre isto não deveriam prosperar”. (Autor Próximo) alerme@ig.com.br 




Estamos cada vez mais convictos de que o modelo projetado para o esporte brasileiro passa pela educação do físico, a par e ao passo, com a educação (aprendizado cultural), que é integrado a todo o processo lúdico e pedagógico. Rever os nortes expressos na Carta Constitucional nos arremete ao reconhecimento de que, o cidadão do currículo de 1º Grau, deve sim, ser apresentado ao movimento corporal, já nas primeiras séries. Assim, deve tomar contato com o esporte, nesta sua tenra idade.

Enquanto a criança se movimenta e se aperfeiçoa, não é preciso tratá-la como sendo uma competidora. Isto se fará à medida que demonstre gosto ou aptidão para tanto. Neste interregno, o aluno já vai receber bem mais que ordens explícitas de jogo e competição, pois restará inserido no processo social, atuando de forma organizada e aprendendo com seus pares.

Atualmente, há exacerbado derrame de verbas em projetos de alto rendimento. A parte mais necessitada no esporte de base fica de fora. Não parece ser de bom alvitre desrespeitar a Carta marginalizando esta população, em nome de fachadas de olimpismo e grandezas de aparência política. Não se há de confundir também, que “o pódio justifica os meios”.

Ainda somos críticos do açodamento com que o governo aderiu a este apoteótico “assim vai ser”.

Causa estranheza que o País seja compelindo a gastar o seu rico dinheirinho, em algo montado a partir de regras externas, onde o Brasil é um avalista presunçoso de tudo que de ruim vier a acontecer (bancar o prejuízo eventual do COI e da FIFA). Há que se reconhecer, no entanto, que tudo isto foi tramado de modo a deixar de fora os que pagarão as contas. A sociedade brasileira está de olhos fechados, empurrada e no embalo.

Voltamos a repetir: há um porre de ufanismo e de oba-oba, no ar. A reserva de numerário já inserido no orçamento dos anos vindouros leva em conta apenas a festa. Para os demais casos, a fila continua sendo grande e o prato das esmolas passa entre poucos, mas volta vazio.






* "Passou ligeiro, apagou suas marcas, nem chorou". Com Beijos!

* E aí? Apagão nunca mais? Adianta adiantar o relógio uma hora? Deixa assim para ver como é que fica.

* Ainda não temos uma visão clara de quem vai fechar a conta dos mega eventos que estão em franco andamento. Depois que o ministro Aldo Rebelo desdenhou de quem se preocupava com os custos e com a possibilidade de manter estádios no nível de elefantes brancos, pouca coisa restou.

* As idas e vindas de Jérôme Valcke, não deixou nunca de conter puxões de orelha no comitê gestor das Copas, em 2013 e 2014, sempre que faz visitas de inspeção aos estádios em construção. Trocou o pé na bunda, por piparote na orelha.

* Para as cidades que sediarão jogos é grande a expectativa pelos chamados legados. Obras de entorno, sistemas de escoamento de trânsito, construção ou acabamento de obras de metrô. Esta é a parte mais difícil do pós Copa.

* Verbas se cruzando; gestores não identificados em primazia; e obrigações de prestação de contas não respeitadas continuam.

* O MP examina as contas, constata erros de projeto e desrespeito de normas em licitações e as coisas não mudam. Dinheiro mal gasto, mas sem retorno.

* O futebol de salão na cidade sobrevive, com apoios tímidos, mas pontuais. Nos duzentos anos de Pelotas a Copa do Bicentenário é o exemplo. Ainda tem gente que gosta e trabalha com todas as categorias possíveis.



Contador