12 fevereiro 2007

PARA UM SER UMA NAÇÃO DE ATLETAS
"Glamour noticioso é apologia de criminoso e tem troco". (Autor Próximo).
Airton Leite de Moraes – e-mail:
esports@terra.com.br

Como toda atividade profissional, para ser atleta é preciso que haja no indivíduo alguma pujança. Ela pode ser constatada ou revelada, independente do estado econômico que as pessoas possuam, muito embora a necessidade – aquela que obriga – faça ou possibilite que oriundos de ambientes de extrema penúria, sejam cultuados como aqueles que melhor se sobressaem. Geralmente estes heróis de si próprios carregam a exata noção de que foram "salvos" para a vida pela ajuda recebida de alguns.
Esta verdade parece ser irretocável porque uma vez usufruindo o que seu talento – trabalhado em treinamento exaustivo - demonstrou para ser apreciado, ele atleta laureado e famoso, torna-se um arauto de tal idéia. Porém nunca é demais lembrar que não basta dizer ou tentar convencer as pessoas de que "se eu consegui você também pode", pois há nesta intenção um postergado excessivo e que não se sustenta, tendo em vista que vários outros fatores são necessários para o sucesso proposto.
Fosse só a miséria, teríamos o maior legado de atletas já reunidos no Planeta. Somos um país irritantemente do futuro e este futuro é um sonho supérfluo construído de absurdas futilidades. A exploração pura e simples – marca humana – encontra aqui um berço notável. Se miséria e necessidade são insumos de formação profissional, elas não são as únicas. Buscar prosperidade através apenas da "casta" dos esportistas é falácia.
O atleta é um agente social de bom conceito, um profissional de fibra, é um lutador e um homem supostamente centrado. Tem limites e desafios individuais e coletivos – quase um espelho da própria vida – e, por mais que se queira esquecer, é um ente sujeito ao jogo do mercado, ainda desigual na relação capital & trabalho. Seu mister é baseado no efêmero.
O gosto do público pode atender ao modismo e, num certo momento, mudar o que deve ou não ser aplaudido. Isto porque a mídia, farol do mercado, que faz atleta-profissão-salvação, desfaz-se de pessoas, sonhos e de atividades, com igual energia com a qual os cria ou sustenta.
Ser uma nação de atletas não garante dignidade. Apenas ajuda a mostrar trilhas, mas que não podem ser aludidas como um único trilho.

MEMORIZANDO -
http://colunadoairton.blogspot.com

* "Na suavidade dos teus lábios, brota a poesia do amor!". Beijos Muitos!
* "Amo o que em ti há de trágico/ De mau./ De sublime./ Amo o crime escondido no teu andar./ A tua forma de olhar./ O teu riso fingidoe cristalino (...)". "Fatalismo", Manuela Amaral.
* Aos solavancos, assim deve ser a trajetória do Xavante no "Gauchão 2007". Salve-se quem puder!
* O ginasta japonês Masao Takemoto faleceu em 05/fev, aos 87 anos. Takemoto foi um dos atletas mais conceituados da Ginástica Artística Mundial e acumulou entre 1952 e 1960 sete medalhas olímpicas e dois títulos Mundiais, membro do The International Gymnastics Hall of Fame.
* Passeios públicos em Pelotas: poste no meio da calçada (na Deodoro, entre Pe. Felício e Amarante como a foto mostra), A pergunta se repete: Quem é o autor da aberração e quem a resolve?
* Maureen Maggi saltou com 6,79 no domingo e vai aos poucos crescendo e se reintegrando ao mundo do esporte. Natália Bergman Kluge completou ontem três anos de idade. Cada vez mais simpática e ativa, é a alegria dos pais Luciane e Beto e dos avós e padrinhos. A festa foi merecida para a pequenina. Parabéns a ela!

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