15 julho 2007




PAN 2007: BRILHO, BAIRRISMO, EMBUSTE E VAIAS
"Se um fiel escudeiro adoecer, o Cavaleiro Nu cairá". (Autor Próximo)
Airton Leite de Moraes – e-mail:
esports@terra.com.br

O Brasil não parou para assistir o espetáculo de abertura do Pan Rio 2007 - como a mídia oficial gostaria e o "status quo" da politicagem se aproveitaria - e, no entanto, pudemos ver o que representamos para nós próprios como coletividade. Ali, com ou sem a falta de seriedade apontada por De Gaulle, foi possível realizar e expor um pouco do tudo que somos ou do que nos mentem que sejamos. Do "quase" ao "seja o que Deus quiser" vimos uma paródia de Nação metida à besta, nas mãos de poucos.
Ouvimos que a farra do Pan foi sensibilidade dos governantes "ao clamor público" (?) e que houve uma parceria da iniciativa privada (?) com o Governo. Mas não era hora de falar na farsa do projeto de custos mal dimensionado e que tornou o próprio presidente Lula - que nunca sabe de nada - refém do compromisso e das garantias exigidas pelo Codepa. Ouvimos um "muito obrigado" demagógico ao povo do Rio de Janeiro, mas não escutamos desculpas com relação ao dinheiro tomado do Brasil todo.
O espetáculo agora já nos deu igualmente a noção do que acontece nos bastidores de uma ação megalômana e como a "mídia" - ou seria o Quarto Poder? - é cooptada para, a um só tempo, engordar suas contas comerciais, e diminuir o ímpeto perquiridor que alardeia quando denuncia em nome da sociedade. Vimos pessoas do País inteiro, confundindo civismo com esportividade, sem perceber suas "patriotadas".
Lá estavam e estarão atletas brasileiros vivendo dos seus delírios e vontades pessoais. Muito além do que simplesmente se esperaria de um atleta. Simbolizando mais do que obtendo, e pagando mais do que recebendo. Muitos sucumbiram pelo caminho, não por serem menores em potencial, mas porque não se enquadraram em certas "ações-entre-amigos".
O brilho e o blefe, nem sempre andam tão distantes. A diferença é que, o segundo, só se percebe ao apagar dos holofotes. O Pan vai ser rastreado e vai aparecer na tela de radar do Tribunal de Contas da União?
E como "Ars est celare artem", as vaias a "Lula" e a ação do fiel escudeiro Nuzman deram ao ato de abertura, um pano rapidíssimo!
· MEMORIZANDO

· "Deite-se em meu peito com ternura e jeito. Eu gosto!". Beijos muitos!
· O Pan 2007 é a realização de um sonho esportivo acalentado por vários anos e acontece de um modo que jamais ouvi que poderia: sob fogo cerrado de parte da crítica e maculado pela incompetência do projeto de custo inicial.
· Ainda não acordamos para o gravíssimo fato de que até o presente tudo que se ouviu em termos de transparência administrativa do esporte do C.O.B. e sua eficiência, antes feita em evento de mídia e prestação de contas, não fecham com o absurdo e negligente montante apresentado quando o Governo Federal foi envolvido.
· Um mundo globalizado no seu pior e lerdo para repartir o seu melhor, não pode ser desconsiderado. Mais trágico ainda é imitar o desconhecido ou acreditar que o "que pinta lá, não pintará aqui".A nadadora Poliana Okimoto (foto), medalha de prata nas maratonas aquáticas do Pan Rio-2007, recebeu uma bela notícia, ao final da prova: terá que procurar um novo lugar para treinar. "A partir de ontem, estava previsto o fechamento do Centro de Treinamento que eu utilizava em Santos, no Centro Universitário Monte Serrat”, afirmou. “Não sei o que vou fazer agora. Não quero deixar o Brasil”, completou. O terreno do local utilizado pelos atletas da natação acabou vendido para a construção de um shopping. Bem feito quem mandou morar em Santos, não é?

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