24 fevereiro 2008




O ATLETA É QUEM FAZ O ESPORTE?
"Cartão Corporativo oculto do Lado Esquerdo do Pleito?" (Autor Próximo).
Airton Leite de Moraes – e-mail:
esports@terra.com.br

A pergunta do título já teve sua época e era respondida afirmativamente. Era base de discurso e um clichê de referência. Tudo gravitava ao redor do atleta; o universo da prática, os conceitos e todas as derivações que se alcançavam refletir, eram da pessoa do praticante (visto do ângulo masculino, ainda), e faziam-na o Sol. De lá para cá, muita coisa mudou. A exemplo do acontecido com as nossas relações humanas, várias verdades do indivíduo poderoso, diluíram-se na indústria do coletivo.
Somos de um tipo efervescente e nos cantamos absolutos enquanto únicos, mas tudo que fazemos tem valores aprisionados, etiquetados, preços claros e determinados pelo ambiente coletivo. A Educação é bom exemplo. É raiz de tudo, desde que esta não fuja aos padrões da coletividade que a domina. Como se poderia adivinhar que a expectativa de vida subiria, mas que a juventude morreria precocemente?
Os cânticos entoados pelo atleta e pela sua atividade careciam de entendimento sobre os resultados adiante. Os elementos que compunham o esporte, como organização, administração, forma e objeto do espetáculo eram citados e para eles exigia-se que houvesse qualidade. Patrocínios, participações de estatais, ação do Governo, tudo a favor do atleta.
Era algo que nunca se previu pudesse tirar dele a sua importância. No entanto, a puerilidade daquelas idéias possibilitou os efeitos antagônicos atuais. A indústria montada com elas, e justo pelos caminhos antes exigidos, fez dos atletas uma peça descartável, sem valor decisório. A emoção e os custos justificam a sua manipulação econômica. O preço é estabelecido fora deles, seus rumos e seus anseios, também.
São tratados como iscas e ajudam a reproduzir o modelo; não servem de balizamento, mas de deslumbramento. O senso coletivo do poder que os administra suga-lhes o entendimento que deveriam manter sobre si. Muitos vão da glória ao ostracismo, e perdem até a sua saúde.
Fazer esportes e ser atleta pode ser sinônimo de anabolizar-se e corromper-se. Neste Universo, o atleta voltou a ser um erro de Ptolomeu!


· MEMORIZANDO -
http://colunadoairton.blogspot.com

· "Ao beijar comigo, não dobre a língua. Solte-a e me prove, não deixe que eu morra à míngua!". Beijos Muitos!
· No futebol pelotense matar um leão por dia já era. O objetivo agora é matar uma hiena por semestre. E fica de bom tamanho. É mole?
· Alguns atletas passam boa parte da vida, tentando convencer os outros da importância de suas vitórias. Tomara que conservem sua saúde, também.
· Vivemos o período dos cofres e das verbas virtuais. Até Novembro virão nos jornais, milhões e zerilhões, mas já em Dezembro de 2008, passadas as eleições municipais (ou municiadas?), dê-lhe "Ctr+Alt+Del!".
· O Poder se fortalece, se aglutina e afasta. Aos demais, só resta o isolamento para as periferias. Ruim para as pessoas que deveriam e gostariam de viver com dignidade (direito de todos), e ótimo para quem as explorou. Uma área de confinamento, assim, facilita e estigmatiza seus habitantes, e eterniza o consenso feudal. O esporte é uma prova explícita.


. Feliz deve estar Marcos Planela (técnico de futebol feminino do Pelotas/Phoenix), pois o Campeonato Sul-americano Sub20 inicia dia 07/mar em POA/RS. Hora de consolidar seu esforço, sua dedicação e projetar suas novas "Lobas".

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