11 julho 2010

FUTEBOL: DO LUXO AO LIXO

FUTEBOL: DO LUXO AO LIXO

"Política: admitir agora, para mentir adiante. A memória não enrubescerá ninguém". Autor Próximo – Airton Leite de Moraes –alerme@ig.com.br  



A magnitude da Copa Mundial é uma constância aos olhos dos que acessam a mídia. Tão forte é que induz e traduz-se fato. Existente ou apenas fabricado, o luxo admitido pelos que jamais chegarão a ele tem apelos próprios. O interesse, mesmo inventado, possui o seu recado interativo. Mantém a atenção das pessoas no tempo real que só a elas pertence. Cria a possibilidade de muitos, via realização de poucos. O espetáculo faz do Futebol um vetor único de realização e sucesso. É falso.

Toda a sofisticação nos impele à aceitação de verdades – excepcionalmente provadas – de que participar do show é compromisso social. O esporte bem sucedido leva as pessoas a carimbar automaticamente os seus personagens como modelos. Tudo a eles relacionado fica além do que mereceria. Ninguém desmente a falsidade.

Porém, por alguma razão, não muito bem esplanada além do luxuoso, a conduta de um suposto ídolo e todo o peso comercial que o sustenta, esboroa-se quando excede ou se revela um sujeito comum, de reles conduta. Muito maior do que a ridícula teatralização da uma tragédia, o caso do goleiro Bruno devolveu-nos à realidade: o lixo cabe no Futebol, tanto quanto cabem as ações que fazem dele uma ilha de excelência.

Aí está o luxo espetacular que é atribuído à Copa, confrontado pelo lixo comportamental e pessoal de um atleta. Depreenda-se de tal assunto, que o mais importante é, ou deveria ser tudo que fala de gente, com sotaque e semblante de gente... Gente brasileira.

A Eliza Samudio que morreu é discriminada. A banalidade do trato midiático corrobora que ela foi apenas coadjuvante. Cuida-se do boleiro e seu destino profissional, sem perceber que o futebol tem lixo e uma Copa Mundial não deveria encerrar o diálogo sobre violência. Aqui lixo é luxo!




* "Com seu nome, o meu pensamento voa". Beijos! Amo só você e muito!

* Durante a Copa, o mundo tira férias, mas a vida se esvai. Apartheid é algo que nunca partiu. Quem viaja e bate palmas são os mesmos de sempre: os vivos.

* As transparências previstas para a execução do gasto Brasil na Copa 20!4 só conseguem convencer os que nem sabem o que seja um orçamento. Algo assim como multar e desmultar os descaminhos do "processo eleitoral" que alguns dão de ombros e seguem desrespeitando. Apenas porque pagam. E nem sabem de onde vem o numerário. Ou sabem?

* O nosso fracasso 20!0, bem nos mostra a volatilidade de conceitos atrelados à brasilidade cívica, ao aprovo político e à qualidade de vida, que é de todos, mas sem chegar a ninguém. Exceto aos que a exploram. Apostar em pingo de éter ou dissecá-lo é coisa de vendedores espertos. Na política, de jovens e antigos, há muitos. Alguns já colhendo os frutos... em pomar alheio.

* Palpite de Sexta-feira: Alemanha em 3º lugar. De sábado: Holanda campeã. O de sábado está no ralo?

* Título (post mortem), melhor comentarista da Copa 2010: Leila Diniz, na foto, maior que Dª. Fátima. Ela gravidamente poetizou: "Brigarão Espanha e Holanda pelo direito de ganhar... porque ainda não sabem a quem debitar".





MEMORIZANDO – http://colunadoairton.blogspot.com/  

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