06 junho 2010

ESPORTE: RENDA MÍNIMA, SONHO MÁXIMO

"Nossa Democracia comporta um Presidoente da República há muito tempo"! Autor Próximo – Airton Leite de Moraes –alerme@ig.com.br  



Um atleta de alto rendimento não se faz de um dia para outro. Há todo um processo medido, consciente e acompanhado de muitas tecnologias pré-testadas e empregadas por profissionais especializados. No conjunto, os recursos financeiros empregados para custearem tais despesas, ultrapassam somas inimagináveis para leigos. O atleta que chegar a este nível, porém não é uma pessoa desprovida de certo dom pessoal e de talento específico. São raros e escolhidos dentre vastíssimo contingente.

Há certo exagero na interpretação popular, ao imaginar que há talentos deste porte, em toda e qualquer pessoa. A ideia de que a miséria é parte essencial para a construção de superatletas ajuda essa visão – por desejo e por necessidade econômica – e sua perpetuação. Nesta aba, a política governamental, de pão e circo, deita e rola.

O futebol e as práticas desportivas de exceção, nesse momento, assumem esse brilho-salvação, diretamente proporcional ao que se vê e lê a toda hora na mídia. Quanto menos favorecidos e delirantes forem os sonhos, de quem precisa acreditar em algo melhor, maior é o engano. O gosto e a emoção do esporte transformam-se em "civismo", "planejamento" e "políticas públicas"; também servem para tudo que se pretender, oficialmente, medicar sem auscultar. Ontem, hoje e sempre!

Esta realidade nacional é parte do pouco que sobra para cuidar, o ano todo, de outras tantas coisas, já aceitas passivamente, como "nunca teremos". A alegria do povo é verdadeira e, por este ângulo, justa e única. É o que valoriza sua paixão e que lhe retribui. Cerveja e pagode, também.

Existe quem deteste. Há quem intelectualize por convicção, outros para fazer tipo junto ao todo, mas há quem, dentro deste universo humilde e explorado, desconjure e se assuste. Estes não ouvirão seus gritos entre jingles ou vuvuzelas, mas serão forçados a ir às urnas. Só para constar!




* "A razão não engana a paixão". Beijos todos! Amo só você e muito!

* As janelas de transferência merecem apostas. Quais os times que melhorarão e quais ficarão piores, por aqui? Nesta esperta abertura de negócios durante a Copa do Mundo, os clubes que tiverem a quem vender, venderão. Os que precisarem comprar – fora do eixo rico e primeiromundista - vão investir na baba da baba. Às vezes, até funciona.

* Trecho inicial da entrevista publicada no jornal Vida Norte/Pelotas/RS edição n.º 53/2010: - "José da Cruz e Souza nascido em POA/RS, no dia 29/abr/45 é jornalista por opção". Ele confidenciou-me que voltará a ter seu blog (provavelmente, a partir de 1º de julho), mas que não será na UOL. Estuda lançar-se de modo independente, para avaliar como será a aceitação dos leitores e desportistas. Seu talento e seriedade fazem muita falta. Quando acontecer, não falem que é outra surpresa. Escrito está!

* Lamento pelas mortes do nosso trânsito urbano e deploro o ufanismo estatístico. Passeios públicos já estiveram nesta coluna e seguem péssimos. Autoridades e responsáveis não resolvem!

* Pela 18ª vez esclarecemos: o tempo que gostávamos de quermesses já passou. Mas quem adora catar baganas segue de sangue doce. Argh!

* Uma das características das paixões torcedoras é que produzem jovens dirigentes. Saídos das arquibancadas, eles são ousados para correr atrás do que supõem "fazer melhor". O novo sempre vence, mas os resultados nem sempre convencem. Entre o consenso e o descenso, o divisor é tênue.


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